*Previsão de envio a partir do dia 05/08/2022
Individuals, a obra seminal de P. F. Strawson, é a responsável por reabilitar a metafísica descritiva e os argumentos transcendentais no contexto da filosofia analítica. A metafísica restaurada por Strawson tem por tarefa descrever e elucidar os conceitos básicos e suas interconexões que compõem a estrutura do nosso esquema conceitual. Denominada de metafísica descritiva, ela não se ocuparia com os objetos tradicionais da metafísica clássica, a saber, “Deus”, “alma” e “mundo”. O seu objeto seria a estrutura conceitual com a qual pensamos o mundo. Além de reabilitar a metafísica descritiva, Individuals teve o mérito de reativar os argumentos transcendentais, concebidos como um bom recurso para a epistemologia justificar as crenças colocadas em questão pelo ceticismo. A metafísica concebida por Strawson não se restringe, assim, a abordar temas metafísicos; ela também adentra o território do ceticismo. Ao abordar o problema da reidentificação de particulares e da atribuição de predicados mentais em primeira e terceira pessoa, Strawson se deparou com o ceticismo humeano e com o ceticismo sobre as outras mentes. Sua abordagem do ceticismo em Individuals deu margem para que Stroud colocasse em circulação a interpretação segundo a qual, a metafísica descritiva produziria argumentos transcendentais anticéticos, os quais teriam por finalidade atacar o cético, mostrando que a crença na existência contínua dos objetos e na existência das outras mentes seriam verdadeiras e estariam justificadas. Stroud, no entanto, alegou que os argumentos transcendentais strawsonianos falhariam, visto que estariam assentados no princípio de verificação, sem o qual eles não teriam nenhuma força diante do cético. Mais tarde, quando Strawson rompeu o silêncio e respondeu às críticas de Stroud publicamente em Skepticism and Naturalism, para a surpresa de todos, ele qualificou os argumentos transcendentais como conectores conceituais e não como argumentos anticéticos. Ao invés dos argumentos transcendentais, Strawson propôs um naturalismo inspirado em Hume e Wittgenstein como a melhor saída diante do ceticismo. Essa posição de Strawson gerou uma série de críticas acerca da função dos argumentos transcendentais, da possível virada naturalista de sua filosofia, culminando, na acusação, que este estudo busca contornar, de incompatibilidade entre uma vertente naturalista e outra transcendental.
*Previsão de envio a partir do dia 05/08/2022
Individuals, a obra seminal de P. F. Strawson, é a responsável por reabilitar a metafísica descritiva e os argumentos transcendentais no contexto da filosofia analítica. A metafísica restaurada por Strawson tem por tarefa descrever e elucidar os conceitos básicos e suas interconexões que compõem a estrutura do nosso esquema conceitual. Denominada de metafísica descritiva, ela não se ocuparia com os objetos tradicionais da metafísica clássica, a saber, “Deus”, “alma” e “mundo”. O seu objeto seria a estrutura conceitual com a qual pensamos o mundo. Além de reabilitar a metafísica descritiva, Individuals teve o mérito de reativar os argumentos transcendentais, concebidos como um bom recurso para a epistemologia justificar as crenças colocadas em questão pelo ceticismo. A metafísica concebida por Strawson não se restringe, assim, a abordar temas metafísicos; ela também adentra o território do ceticismo. Ao abordar o problema da reidentificação de particulares e da atribuição de predicados mentais em primeira e terceira pessoa, Strawson se deparou com o ceticismo humeano e com o ceticismo sobre as outras mentes. Sua abordagem do ceticismo em Individuals deu margem para que Stroud colocasse em circulação a interpretação segundo a qual, a metafísica descritiva produziria argumentos transcendentais anticéticos, os quais teriam por finalidade atacar o cético, mostrando que a crença na existência contínua dos objetos e na existência das outras mentes seriam verdadeiras e estariam justificadas. Stroud, no entanto, alegou que os argumentos transcendentais strawsonianos falhariam, visto que estariam assentados no princípio de verificação, sem o qual eles não teriam nenhuma força diante do cético. Mais tarde, quando Strawson rompeu o silêncio e respondeu às críticas de Stroud publicamente em Skepticism and Naturalism, para a surpresa de todos, ele qualificou os argumentos transcendentais como conectores conceituais e não como argumentos anticéticos. Ao invés dos argumentos transcendentais, Strawson propôs um naturalismo inspirado em Hume e Wittgenstein como a melhor saída diante do ceticismo. Essa posição de Strawson gerou uma série de críticas acerca da função dos argumentos transcendentais, da possível virada naturalista de sua filosofia, culminando, na acusação, que este estudo busca contornar, de incompatibilidade entre uma vertente naturalista e outra transcendental.
SOBRE O AUTOR
AGRADECIMENTOS
PREFÁCIO
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 1
ANÁLISE E METAFÍSICA
1.1 Análise conceitual, naturalismo linguístico e metafísica
1.2 Metafísica descritiva e metafísica revisionista
1.2.1 Aristóteles, Kant e a metafísica descritiva
1.2.2 Moore e a metafísica descritiva
1.3 Metafísica descritiva e analogia gramatical
1.4 Metafísica descritiva e análise conectiva
1.5 Metafísica descritiva e historicismo
CAPÍTULO 2
METAFÍSICA, CETICISMO E ARGUMENTOS TRANSCENDENTAIS
2.1 A origem dos argumentos transcendentais
2.2 Argumentos transcendentais e verificacionismo
2.2.1 Breves considerações sobre as críticas de Stroud
2.3 Caracterização geral do ceticismo
2.4 O ceticismo acerca do mundo externo e a identificação de particulares
2.5 O ceticismo humeano e a reidentificação de particulares
2.6 O ceticismo sobre as outras mentes e o conceito de pessoa
2.7 O ceticismo e os argumentos transcendentais à luz da metafísica descritiva
CAPÍTULO 3
METAFÍSICA, CETICISMO E NATURALISMO
3.1 O problema da indução e o naturalismo
3.2 Hume, natureza e ceticismo
3.3 Wittgenstein, certeza e naturalismo social
3.4 Similaridades e diferenças entre Hume e Wittgenstein
3.5 Strawson entre Hume e Wittgenstein
3.6 Algumas críticas ao naturalismo de Strawson
3.6.1 Incoerências no tratamento do ceticismo
3.6.2 A virada naturalista de Strawson
3.7 As incoerências no tratamento do ceticismo e a virada naturalista: algumas considerações
3.8 O ceticismo e o naturalismo à luz da metafísica
3.8.1 O naturalismo refuta o ceticismo?
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ISBN | 978-65-5959-318-7 |
Dimensões | 23 x 15 x 2 |
Tipo do Livro | Impresso |
Páginas | 178 |
Edição | 1 |
Idioma | Português |
Editora | Editora Thoth |
Publicação | Julho/2022 |
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Licenciado em Filosofia pela Faculdade Palotina (FAPAS). Mestre em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Doutor em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). É professor na Escola de Direito e na Escola de Educação e Humanidades do Centro Universitário - Católica de Santa Catarina (CATÓLICASC). Coordena o Programa de extensão, Pensamento em Movimento. Tem experiência na área de Filosofia Moderna e Contemporânea, com ênfase em Ética, Hermenêutica Jurídica e Filosofia do Direito. E-mail: [email protected]
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