A intervenção estatal no setor financeiro se apresenta como uma necessidade desde a grande crise econômica de 1929. Desde então, o avanço da regulação setorial vem se desenvolvendo no sentido de evitar novas crises sistêmicas, e a consequente estabilidade do setor bancário, principalmente em função das atividades desempenhadas pelas instituições financeiras, consideradas, por vezes, como estratégicas para o crescimento econômico. Portanto, a constatação da necessidade de uma regulação prudencial para evitar crises bancárias e seus efeitos negativos vem ganhando força no cenário internacional neste último século, já que, apesar da constatação da necessidade de regulação do setor e do arcabouço normativo existente em diversos países, crises continuam ocorrendo, impactando diretamente grandes economias mundiais. Como exemplo dessa incapacidade de se evitar crises bancárias, merece destaque a crise financeira iniciada no mercado hipotecário subprime norte-americano, que se alastrou por diversos países do mundo, provocando efeitos catastróficos. De acordo com dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), as baixas de carteiras de ativos situam-se no patamar de US$ 4 trilhões, dos quais US$ 2,8 trilhões seriam arcados por instituições financeiras. Portanto, as externalidades negativas decorrentes das crises do século passado (em especial a de 1929) e as crises ocorridas recentemente levaram a um avanço da percepção econômica em relação à importância do setor bancário e financeiro, culminando na edição de normas e de aparatos institucionais para prevenção e mitigação de crises do setor para a manutenção do seu equilíbrio, principalmente em razão do avanço tecnológico que vem impondo novos desafios
A intervenção estatal no setor financeiro se apresenta como uma necessidade desde a grande crise econômica de 1929. Desde então, o avanço da regulação setorial vem se desenvolvendo no sentido de evitar novas crises sistêmicas, e a consequente estabilidade do setor bancário, principalmente em função das atividades desempenhadas pelas instituições financeiras, consideradas, por vezes, como estratégicas para o crescimento econômico. Portanto, a constatação da necessidade de uma regulação prudencial para evitar crises bancárias e seus efeitos negativos vem ganhando força no cenário internacional neste último século, já que, apesar da constatação da necessidade de regulação do setor e do arcabouço normativo existente em diversos países, crises continuam ocorrendo, impactando diretamente grandes economias mundiais. Como exemplo dessa incapacidade de se evitar crises bancárias, merece destaque a crise financeira iniciada no mercado hipotecário subprime norte-americano, que se alastrou por diversos países do mundo, provocando efeitos catastróficos. De acordo com dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), as baixas de carteiras de ativos situam-se no patamar de US$ 4 trilhões, dos quais US$ 2,8 trilhões seriam arcados por instituições financeiras. Portanto, as externalidades negativas decorrentes das crises do século passado (em especial a de 1929) e as crises ocorridas recentemente levaram a um avanço da percepção econômica em relação à importância do setor bancário e financeiro, culminando na edição de normas e de aparatos institucionais para prevenção e mitigação de crises do setor para a manutenção do seu equilíbrio, principalmente em razão do avanço tecnológico que vem impondo novos desafios
SOBRE OS ORGANIZADORES
SOBRE OS AUTORES
APRESENTAÇÃO
PREFÁCIO
CAPÍTULO 1
Adriana Cristina Dullius
Leonardo Albuquerque Marques
A POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR A INVESTIDORES DO MERCADO DE CAPITAIS – ESTUDO DE PRECEDENTES DOS TRIBUNAIS SUPERIORES
Considerações iniciais
1 Possibilidade de aplicação do CDC às operações com instituições financeiras no entendimento dos tribunais brasileiros
2 Estudo de casos envolvendo a aplicabilidade do CDC em operações do Mercado de Capitais
2.1 Relação entre investidores e corretoras de valores mobiliários
2.2 Relação entre investidores e gestores de fundos de investimento
2.3 Relação entre investidor (acionista) e sociedade anônima
Considerações finais
Referências
CAPÍTULO 2
Andrea Siqueira Martins
A DISCREPÂNCIA DO CONTROLE REALIZADO PELO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL QUANTO AO PROER, PROEF E PROES, E SUAS GRAVES CONSEQUÊNCIAS INTERFEDERATIVAS ATÉ OS DIAS DE HOJE
Introdução
1 Noções gerais do federalismo brasileiro e suas assimetrias
2 O endividamento dos Estados-membros frente à União
3 Conjunturas econômicas e políticas à época do Plano Real
4 O saneamento do Sistema Bancário
4.1 PROER
4.2 PROES
4.3 PROEF
4.4 Comparativo entre os modelos de saneamento adotados
5 Graves implicações para as finanças estaduais
Conclusão
Referências
CAPÍTULO 3
Cristiane Rodrigues Iwakura
BLOCKCHAIN COMO FERRAMENTA DE MODERNIZAÇÃO DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
Introdução
1 Noções básicas sobre a blockchain
1.1 Blockchain e sua origem
1.1.1 Blockchain 2.0
1.1.2 Riscos e desafios no uso da Blockchain
2 A revolução da blockchain no desenho e na infraestrutura dos mercados financeiros
3 Regulação: um grande desafio pela frente
3.1 Regulação da Blockchain na Europa
3.2 Regulação da Blockchain nos Estados Unidos
3.2.1 SEC
3.2.2 CFTC
3.2.3 FinCEN
3.2.4 Receita Federal
3.2.5 Outras agências dos EUA
Conclusão
Referências
CAPÍTULO 4
Danilo Takasaki Carvalho
Maria Beatriz de Oliveira Fonseca
SANDBOX REGULATÓRIO NO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: EXPECTATIVAS E DESAFIOS
Introdução
1 Expectativas do sandbox regulatório
1.1 Programas de sandbox regulatório no Brasil
1.1.1 Primeiros passos
1.1.2 Susep e CNSP
1.1.3 CVM
1.1.4 BCB e CMN
1.2 Experiências no exterior
1.2.1 Reino Unido
1.2.2 Malásia
1.2.3 Tailândia
1.3 Benefícios e impactos esperados no SFN
2 Desafios do sandbox regulatório
2.1 Desafios na execução do programa
2.1.1 Cultura
2.1.2 Estrutura regulatória fragmentada
2.1.3 Alívio regulatório e monitoramento
2.2 Desafios no encerramento do programa
2.2.1 Resultado positivo: transição para o regime de full compliance
2.2.2 Resultado negativo: saída ordenada e receptividade à inovação
Conclusão
Referências
CAPÍTULO 5
Eronides Aparecido Rodrigues dos Santos
O MERCADO REGULATÓRIO E AS CRIPTOMOEDAS
1 Considerações iniciais
2 Aspectos gerais e delimitação do problema em exame
3 As criptomoedas como uma atividade de risco
4 Disciplina jurídica das criptomoedas
5 O mercado regulatório
Conclusões
Referências
CAPÍTULO 6
Felipe Herdem Lima
OS INSTRUMENTOS DE INTERVENÇÃO NO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL SÃO CAPAZES DE PREVENIR E MITIGAR CRISES? UMA ANÁLISE DOS 46 ANOS DE VIGÊNCIA DA LEI 6.024/74143
Introdução
1 A necessidade de intervenção estatal
2 Contexto histórico dos regimes especiais no Brasil
2.1 Quadro regulatório atual
2.1.2 Regime de Intervenção
2.1.3 Regime de Administração Especial Temporária (R.A.E.T.)
2.1.4 Regime de liquidação extrajudicial
3 Autoritarismo e reserva Monetária (1974-88)
4 Desatualização e ineficiência do aparato regulatório atual
Conclusão
Referências
Sites consultados:
CAPÍTULO 7
Guilherme Centenaro Hellwig
O DESAFIO DE EQUILIBRAR ESTABILIDADE E INOVAÇÃO NA REGULAÇÃO DO SISTEMA FINANCEIRO: UMA ANÁLISE DA EXPERIÊNCIA REGULATÓRIA BRASILEIRA RECENTE
Introdução
1 Interligação entre Finanças e Tecnologia
1 Estabilidade Financeira como Objetivo Regulatório
2 Desafio de Equilibrar Estabilidade e Inovação no Sistema Financeiro
3 Experiência Regulatória Brasileira
3.1 Incorporação Formal das Inovações ao Ambiente Normativo
3.2 Estabelecimento de Condições Normativas Especiais
3.3 Coordenação de Interesses e Expectativas dentro do Sistema
3.4 Fornecimento de Infraestrutura Material
Conclusão
Referências
CAPÍTULO 8
Ilene Patrícia de Noronha Najjarian
O E-ENFORCEMENT NO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
Introdução
1 O “e- enforcement”
2 O Sistema Financeiro Nacional e a evolução tecnológica. Inovação Blockchain
3 Os depoimentos, investigações e julgamentos virtuais: estrutura e função
4 Necessidade de aprimoramento da regulação
Conclusões
Referências
CAPÍTULO 9
Jefferson Alvares
PLANEJAMENTO DE RESOLUÇÃO: AS RECOMENDAÇÕES INTERNACIONAIS E O REGIME BRASILEIRO EMERGENTE
Introdução
1 Atributos Essenciais do Regime de Resolução
2 Componentes do Planejamento de Resolução
2.1 Plano de Resolução
2.2 Avaliação de Resolubilidade
3 Competência para o Planejamento de Resolução
4 Estratégia de Resolução em Sentido Amplo
4.1 Funções Críticas
4.2 Serviços Operacionais Críticos
4.2.1 Continuidade de Acesso a Serviços Operacionais Críticos em Geral
4.2.3 Continuidade de Acesso a Serviços Críticos de Infraestrutura do Mercado Financeiro
4.3 Estratégia de Resolução em Sentido Estrito
4.4 Estratégia de Financiamento de Resolução
4.4.1 Fontes de Financiamento
4.4.2 Aspectos internacionais
4.4.3 Aprimoramento de Resolubilidade
5 Planejamento de Resolução na Legislação Brasileira Emergente
Conclusão
Referências
CAPÍTULO 10
Juliano Oliveira Brandis
A OBRIGATORIEDADE DE MANUTENÇÃO DA DISPONIBILIDADE DE CAIXA EM INSTITUIÇÃO FINANCEIRA OFICIAL: AUSÊNCIA DE JUSTIFICATIVAS JURÍDICAS E MODIFICAÇÃO DO CONTEXTO FÁTICO
Introdução
1 O conceito de disponibilidade e a mudança do cenário fático: fragilidades na manutenção da interpretação literal do artigo 164, §3º, da CRFB/88
2 Reforma informal do texto constituiconal. o fenômeno da mutação constitucional aplicado à interpretação do art. 164, §3º, da CRFB/88
2.1 Intepretação do artigo 164, §3º, pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná
2 Proposta de solução
Conclusão
Referências
CAPÍTULO 11
Lademir Gomes da Rocha
BANCO CENTRAL “VERDE”. A AUTORIDADE MONETÁRIA E DE SUPERVISÃO DO SISTEMA FINANCEIRO DIANTE DOS RISCOS AMBIENTAIS E DA ECONOMIA DE TRANSIÇÃO
Introdução
1 Riscos ambientais se seus reflexos financeiros: os “cisnes verdes”
2 A “autoridade monetária” em face dos riscos climáticos
3 O “supervisor financeiro” em face dos riscos climáticos
4 O dilema da “neutralidade”
Conclusões
Referências
CAPÍTULO 12
Leandro Sarai
O FUTURO DO SISTEMA FINANCEIRO NO PASSADO DA HUMANIDADE255
Introdução
1 Começando pelo futuro
2 Inovação
3 O humano e suas idiossincrasias
4 E o que seria o dinheiro?
5 O Estado ajuda ou atrapalha?
6 E o que vem agora?
Conclusão: de volta para o futuro
Referências
CAPÍTULO 13
Leonardo Montanholi dos Santos
A AÇÃO FISCALIZADORA DO ADMINISTRADOR DO FUNDO DE INVESTIMENTOS PARA COIBIR A DISTRIBUIÇÃO “CLANDESTINA” DE COTAS
Introdução
1 A delegação contratual da função de distribuição de cotas
2 A distribuição “clandestina” de cotas” e a necessidade de fiscalização por parte do administrador de fundo de investimento, e suas consequências
Conclusão
Referências
CAPÍTULO 14
Lívia Gavioli Machado
O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL NA ERA DIGITAL E A LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS
1 Breve histórico do Sistema Financeiro Nacional
2 O Sistema Financeiro Nacional e a Revolução 4.0
3 A proteção de dados
4 Os riscos e desafios para o Sistema Financeiro Nacional
Conclusão
Referências
CAPÍTULO 15
Luciana Saraiva Schiavoni Miller
Luciana Silva Alves
OS PODERES DE INVESTIGAÇÃO DA CVM NO ÂMBITO DOS ACORDOS DE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL. POSSÍVEIS IMPACTOS DA LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS
Introdução
1 Dos fundamentos legais dos convênios celebrados pela comissão de valores mobiliários
2 Dos poderes para requisitar informações e depoimentos
3 Possíveis repercussões da lei 13.709/2018 sobre os acordos internacionais de cooperação
3.1 Da vigência da LGPD
3.2 Da Autoridade Nacional de Proteção de Dados - ANPD e sua relevância para a transferência internacional de dados pessoais
Conclusão
Referências
CAPÍTULO 16
Marcel Mascarenhas dos Santos
A REGULAÇÃO DOS MEIOS DE PAGAMENTO SOB A ÓTICA DA EXPERIÊNCIA DO USUÁRIO: DA LEI Nº 12.865, DE 9 DE OUTUBRO DE 2013, AO PIX
Introdução
1 Interação entre regulação do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e Direito do Consumidor
2 Marco legal dos arranjos e das instituições de pagamento (Lei nº 12.865, de 9 de outubro de 2013)
3 Centralidade do usuário e seus impactos sobre a regulação dos meios de pagamento
4 Pix: arranjo de pagamentos instantâneos instituído pelo Banco Central do Brasil (BCB)
Conclusão
Referências
CAPÍTULO 17
Micaela Dominguez Dutra
CONTABILIZAÇÃO DO CONTENCIOSO TRIBUTÁRIO349
Introdução
1 Regras Contábeis para o Registro do Contencioso Passivo e Ativo
2 Contabilização no Setor Público – Dívida Ativa e Contencioso
3 Regras de Fixação de Expectativa de Perda pelo Poder Público
Conclusão
Referências
CAPÍTULO 18
Vanessa Cerqueira Reis
José Francisco Lumango
A TRANSPARÊNCIA NOS MERCADOS FINANCEIROS EM TEMPOS DE CRISE PANDÊMICA
Introdução
1 Sobre o Princípio da Transparência
2 Princípio da transparência como base da governança corporativa
3 Princípio da transparência e seus limites
4 Princípio da Transparência nos mercados financeiros em cenário de crise pandêmica
Conclusão
Referências
CAPÍTULO 19
Yuri Restano Machado
O BANCO CENTRAL E O COMBATE À LAVAGEM DE DINHEIRO E AO FINANCIAMENTO DO TERRORISMO381
Introdução
1 Um pouco sobre as atribuições do Banco Central
2 Breves considerações sobre a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo
3 O Banco Central e o sistema nacional de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo
4 Algumas considerações sobre a Circular nº 3.978, de 23 de janeiro de 2020393
Considerações finais
Referências
ISBN | 978-65-5959-018-6 |
Dimensões | 23 x 15.5 x 2.5 |
Tipo do Livro | Impresso |
Páginas | 402 |
Edição | 1 |
Idioma | Português |
Editora | Editora Thoth |
Publicação | Março/2021 |
-
Doutora e Mestre em Direito Processual pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Pós-Graduada em Direito Público pela Universidade de Brasília (UnB) e em Regulação do Mercado de Capitais pelo Ibmec/RJ. Coordenadora da Escola da Advocacia-Geral da União na 2ª Região (RJ/ ES). Coordenadora de Disciplinas nos Programas de Mestrado Profissional e de Pós-Graduação da Escola da Advocacia-Geral da União. Professora convidada da Pós-Graduação em Direito Processual Civil do Centro de Estudos e Pesquisas da UERJ (CEPED-UERJ), da Pós-Graduação da PUC/Rio, e da FGV Direito Rio em Regulação do Mercado de Capitais. Membro da Associação Brasileira de Direito Processual (ABDPRO), do Instituto de Direito Administrativo do Rio de Janeiro (IDARJ) e do Instituto de Direito Administrativo Sancionador (IDASAN). Procuradora Federal na Advocacia-Geral da União desde 2006. E-mails: cristiane.iwakura@agu.gov.br / crisiwakura@yahoo.com.brAdvogado. Mestre em Direito da Regulação, Pós-Graduado em Direito Empresarial e Graduado pela FGV Direito Rio. Membro da Comissão de Direito Empresarial da OAB/RJ. Autor dos livros: Liquidação Extrajudicial e seu devido processo administrativo, Direito Bancário: conceitos básicos, Sistema Financeiro Nacional Contemporâneo: Regulação e desafios; Resolução Bancária: aspectos controversos e; Novas Tendências do Sistema Financeiro Nacional. Sócio fundador da Herdem & Latini Advogados Associados.
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